Luar de Agosto
Foi no mês de Agosto.
Como
a faina das regas se prolongasse até depois do pôr-do-sol, era já noite
quando Alberto voltava para casa com a mulher e os filhos, um dos
quais, o José, de sete anos, tinha o costume de fazer muitas perguntas.
Quase não davam, porém, pelo avanço da noite, porque a Lua enchia a Terra de luz.
A certa altura, o José chega-se mais para o pai e diz-lhe:
- Ó Pai, aquilo que se vê na Lua é, na verdade, um homem com um molho de silvas às costas?
- Quem é que te meteu isso na cabeça?
- Foi o pastor que me contou. E disse-me que foi lá posto de castigo porque andava a roçar as silvas ao domingo.
-
Coitado! Não sabe mais... Não se deve trabalhar ao domingo, que é o dia
consagrado ao Senhor. Chegam seis dias da semana para quebrar o corpo.
Mas o pastor está enganado. Aquilo que ele julga ser um homem são altos e
baixos que se encontram na Lua, como os que existem na Terra.
- Ó pai, e donde vem a luz que a Lua tem?
(...)
extraído do livro "Livro de leitura da 3ª classe"; Ministério da Educação Nacional; pág. 111.